quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Outro Lado do Meu Espelho



Sempre me senti uma menina diferente de todas as outras. Era timida, e aderi ao péssimismo como forma de estar na vida... no entanto nunca fui de desistir dos meus objectivos de vida, por isso era a chamada péssimista presistente. As coisas hão-de melhorar dizia eu ao espelho. Vou conseguir ser feliz, e ser uma mulher realizada na vida.
As coisas nem sempre correram como eu imaginava, a vida tem dessas peripécias e eu, apegada à minha fé e esperança de menina inocente lá percorria os caminhos que ela me colocava em frente. Na adolescência talvez por me ter portado tão bem e não ter os resultados que ambicionava armei-me em rebelde, olhei para os caminhos, e dei por mim a escolher atalhos em vez de seguir o caminho mais duro mas também o mais acertado.
Nos meus atalhos, fiz coisas de que me arrependo, como grande parte das pessoas comuns, mas que fazem parte de mim da minha vida e com elas aprendi e cresci, mas não me orgulho nem um pouco de as ter realizado.
A minha fé, foi posta de lado com a partida de uma amiga em 2006 e só regressou com todo o afinco em 2008 quando a filha de uns amigos meus teve de fazer com apenas 3 anos uma operação delicada à vista devido a um cancro com origem no cérebro. A fé voltou com tanta intensidade e eu voltei a crer e a sentir uma luz que me iluminava a alma e que havia adormecido em mim. Aos poucos senti que a minha vida voltava a fazer sendo, pois nesse periodo de tempo embora tivesse vivido a experiência da dor da morte de uma amiga de infância e vizinha, descobri o verdadeiro amor, um amor que eu em criança acreditava que não era parra mim. E deixei os atalhos de parte, voltando a percorrer os caminhos mais dificeis mas mais puros e voltei a sentir-me realizada como pessoa.
A apoteose da felicidade chegou o ano passado com o nascimento do meu sobrinho e mais tarde com a experiência do casamento, vestir-me de noiva e sentir-me a rainha do dia, vivendo essa alegria na companhia de amigos e familia. E podendo ter a benção de Deus e sentir o seu calor e abraço amigo ao entrar e a caminhar para o altar. Nem o facto do noivo não ser baptizado foi um entrave para eu ter um casamento na igreja como sempre tinha idealizado, e foi exactamente como tinha planeado, perfeito, único e mágico. Hoje embora me encontre numa má fase, pois encontro-me no desemprego, tenho a minha familia e o amor e a cumplicidade do meu marido, que não me deixam desistir.... e se antigamente eu via no espelho uma pessoa derrotista, péssimista e sem alegria para viver, hoje... após várias mudanças que tive na minha vida sinto-me bem, e sei que Deus está do meu lado, amparando-me e mostrando-me o caminho que devo seguir, sem nunca perder a fé nem a esperança em conseguir uma vida e um futuro recheado de coisas boas e de muita felicidade, pois afinal de contas eu acredito que nasci para ser feliz. Hoje o outro lado do meu espelho mostra-me que finalmente aprendi a sorrir para a vida, de forma a que ela me acolha, me abrace e me mostre o seu lado mais sorridente.

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